A COMPETÊNCIA DO JUÍZO MORAL EM SERVIDORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
Resumo
Os estudos acerca da moralidade, oriundos da psicologia, tornaram-se acessíveis aos demais pesquisadores quando Georg Lind, a partir das pesquisas legadas por Jean Piaget e Lawrence Kohlberg, desenvolve a teoria do duplo aspecto e o questionário experimental, intitulado Moral Competence Test (MCT). Esse instrumento, que mede a coerência entre intenção e ação, tem sido o indicador da chamada Competência Moral, ou seja, da capacidade do indivíduo em agir a partir de suas intenções morais. Desde então, vários estudos no Brasil e na literatura internacional têm se debruçado sobre o tema. No entanto, as investigações no ambiente das instituições de ensino, ainda são escassas. É nesse contexto que o presente trabalho teve por objetivo investigar a competência moral de servidores públicos de uma instituição universitária de Minas Gerais, à luz do Teste de Competência Moral (MCT). Em termos metodológicos, recorreu-se à abordagem quantitativa, aplicada à população de 185 pessoas da instituição pesquisada. Para o tratamento dos dados, utilizou-se da multivariância no cálculo da pontuação do MCT e testes estatísticos. Os resultados indicaram que 56,2% da amostra censitária possuía baixa competência moral, com respectiva segmentação moral. Destaca-se a competência dos indivíduos favoráveis aos sistemas econômicos individualistas em faixa mais baixa em relação aos que se posicionaram como coletivistas, além da baixa competência moral dos servidores pesquisados que ocupam cargos de chefia. Concluiu-se que os achados empíricos possibilitam a ampliação de validade externa do instrumento utilizado, além de proporcionar indicadores que podem auxiliar na elaboração de medidas educativas em relação ao debate e aprofundamento da ética no serviço público.