CUIDADO RELACIONAL NO CONTEXTO DA COVID-19:
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA AUTONOMIA PROFISSIONAL PARA ENFERMEIROS
Resumo
Este trabalho objetiva analisar as representações sociais da autonomia profissional para enfermeiros, diante da conjuntura pandêmica da COVID-19. Estudo de cunho descritivo e exploratório, de natureza qualitativa, fundamentado teórico e metodologicamente nas abordagens processual e estrutural da Teoria das Representações Sociais (TRS). Participaram 75 enfermeiros, provenientes das regiões norte, metropolitana, centro-sul, médio paraíba e baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro, entre os meses de junho e setembro de 2020. O levantamento de dados ocorreu pelo Google Forms através de um questionário sociodemográfico, um instrumento de coleta de evocações livres ao termo indutor “autonomia profissional do enfermeiro frente à COVID-19” e à uma pergunta aberta concernente ao enfermeiro no contexto da COVID. A análise dos dados foi realizada pelo software Iramuteq, sendo realizadas as análises prototípica, de similitude e método de Reinert. Destaca-se a centralidade da palavra conhecimento, com maior frequência e, portanto, com caráter consensual mais ressaltado, tendo 20 participantes evocado essa palavra que compõem o núcleo central do quadro de quatro casas. A análise de similitude reforça a centralidade desta palavra, que se apresenta entre dois eixos léxicos distintos: insegurança e biossegurança. Com relação aos conteúdos processuais, a reconstrução sociocognitiva da autonomia para os enfermeiros é elaborada a partir do conhecimento, o qual se configura na tensão entre o saber e o fazer, contudo, o saber é determinante para uma atuação autônoma. Considera-se que as representações sociais da autonomia profissional para enfermeiros expressa a complexidade deste momento pandêmico, acentuando o valor do conhecimento na relação teoria-prática.