Ações de assistência estudantil em saúde mental nas Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras

  • Vagner Campos de Araújo Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
  • Harriman Aley Morais Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri http://orcid.org/0000-0002-4844-0756
  • Herton Helder Rocha Pires Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Palavras-chave: Sofrimento mental, Promoção da saúde., Ensino superior, Políticas públicas, Assistência estudantil

Resumo

Este estudo buscou compreender as ações de assistência em saúde mental no cenário de sofrimento psíquico dos discentes de graduação de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) brasileiras. Participaram da pesquisa as IFES abrangidas pela V Pesquisa Nacional do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Graduandos das IFES realizada em 2018 pela Associação Nacional dos Dirigentes das IFES. O instrumento de pesquisa consistiu em um questionário estruturado fechado relacionado à Assistência Estudantil e Saúde Mental. Constatou-se que o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), devido à escassez de recursos, não atende integralmente seu público-alvo. Assim, é importante que assistência de atenção à saúde mental seja planejada e desenvolvida não valendo-se apenas deste programa, apesar de diversas IFES ainda encontrarem na oferta de bolsas uma estratégia de assistência adequada, mesmo no que diz respeito à saúde mental. Observou-se que a temática da saúde mental é uma questão relevante que vem sendo discutida na maioria das universidades, porém as ações para sua promoção utilizam recursos que não são apenas do PNAES, mas recursos próprios, como profissionais de psicologia lotados para esta finalidade e clínicas-escola já existentes nas universidades. Quanto à temática do suicídio, 80% das IFES afirmaram que há relatos de morte de discentes causada por autoextermínio nos últimos dois anos. Trata-se de um problema complexo, mas sabendo que a depressão é sua principal causa, a assistência estudantil voltada para a saúde mental é o caminho para minimizar o sofrimento psíquico dos discentes. Por fim, propõe-se que a assistência estudantil seja realizada para além do PNAES e que seja institucionalizada por meio de documentos oficiais como o Plano de Desenvolvimento Institucional e normativos internos. Desta forma, as ações terão continuidade, podendo ser planejadas e desenvolvidas sem o arbítrio do gestor que estiver à frente da IFES.

Biografia do Autor

Vagner Campos de Araújo, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Graduado em Filosofia e em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Pós-graduado, nível de especialização, em Informática Educativa pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá. Mestre em Saúde, Sociedade e Ambiente pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Tem experiência na área de Educação e em Administração Educacional.

Herton Helder Rocha Pires, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Graduado em Ciências Biológicas pela PUC Minas, mestrado em Parasitologia pela UFMG e doutorado em Biologia Parasitária pela Fundação Oswaldo Cruz. Professor Associado IV da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Orienta mestrandos no programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Saúde, Sociedade & Ambiente, UFVJM.

Publicado
2023-04-11
Como Citar
Araújo, V. C. de, Morais, H. A., & Pires, H. H. R. (2023). Ações de assistência estudantil em saúde mental nas Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras. Diálogos Interdisciplinares, 12(1), 365-380. Recuperado de https://revistas.brazcubas.br/index.php/dialogos/article/view/1150

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