MEIO AMBIENTE DO TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL DO SÉCULO XIX
O TESTEMUNHO DE MAHOMMAH BAQUAQUA
Resumo
Esta pesquisa científica teve por objetivo analisar a autobiografia de Mahommah Gardo Baquaqua, compreendida com a única obra escrita por um escravizado em território nacional que, poliglota, fugiu da escravidão e chegou a cursar uma universidade, em pleno Século XIX. Após a análise dessa fonte primária, em que se encontra riqueza de detalhes do escravismo, sob a ótica do escravizado, a pesquisa seguiu para a demonstração da construção do que se denominou meio ambiente do trabalho escravo, articulado sob a tutela das normas jurídicas concebidas para a manutenção do regime de opressão de seres humanos escravizados. Por meio das palavras de uma testemunha ocular, Baquaqua, verificou-se que, já no navio negreiro, os escravizados eram submetidos a todo o tipo de sevícia e tentativa de desumanização. O autor da autobiografia investigada, chega a desafiar os defensores da escravidão a passarem pela experiência da viagem num navio negreiro.